Sucessão em Empresas Familiares
GOVERNANÇA NA EMPRESA FAMILIAR
Osair Soares
6/3/20232 min read


Em um cenário de mudanças rápidas, de transformação digital e comportamental aceleradas, o futuro das empresas familiares torna-se cada vez mais incerto.
Pesquisas indicam que 25% dos jovens herdeiros têm o desejo de se tornarem empreendedores e buscam ascensão nas empresas mais rapidamente. No entanto, as pessoas mais experientes apresentam disposição e expectativa para permanecerem na liderança por mais tempo. Essas expectativas ambíguas acabam por gerar desgastes no processo sucessório, gerando muitas vezes até mesmo sabotagem entre os indivíduos. Como resultado, os negócios e o patrimônio da família acabam perdendo valor. Nesse contexto, a sucessão torna-se um dos maiores desafios enfrentados por empresas familiares.
A sucessão exige que questões muitas vezes desconfortáveis sejam tratadas, entre elas podemos citar: transferência da riqueza; a transferência de poder e liderança; e inevitavelmente da mortalidade. Lidar com essas questões de forma adequada e profissional é essencial para a continuidade dos negócios e da harmonia familiar.
A sucessão deve ser tratada como um processo intergeracional, orientado por uma visão de futuro que exige profissionalismo, previdência, comprometimento e cuidado tanto com o indivíduo quanto com o coletivo. É fundamental que os aspectos técnicos sejam respeitados, mas também é necessário atentar-se aos aspectos socioemocionais. Estes últimos incluem: sentimentos, aspirações, necessidades de poder, influência e liderança, entre outros elementos. Compreender e lidar com esses aspectos é fundamental para uma sucessão bem-sucedida, ampliando a possibilidade da continuidade dos negócios e da harmonia familiar.
John Davis e Renato Tagiuri sugerem que as três dimensões que compõem o sistema familiar sejam tratados individualmente e de forma profissional, sendo elas: a propriedade, a família e os negócios.
Diante disso, podemos considerar que a sucessão nas empresas familiares é um desafio complexo, que requer a abordagem de questões desconfortáveis. Para enfrentar esse desafio, é essencial tratar profissionalmente a sucessão como um processo intergeracional, guiado por uma visão de futuro. Além dos aspectos técnicos, é muito importante atentar-se aos aspectos socioemocionais. Com uma abordagem abrangente e sensível, é possível construir uma sucessão bem-sucedida, garantindo a continuidade e o sucesso das empresas familiares e ainda manter a harmonia entre sócios e herdeiros.
John Davis e Renato Tagiuri. As três dimensões que compõem o sistema da família empresária.